SELEÇÃO HOLANDESA

O que a Holanda pode esperar da Argentina?

Seleção da Holanda 1

Contra a Argentina, a seleção holandesa enfrentará um adversário de ponta pela primeira vez nesta Copa do Mundo. A chave para a semifinal é tão simples quanto complicada: Lionel Messi deve ser parado. Momento para analisarmos o time de Lionel Scaloni, que está em plena sintonia com as qualidades do craque de 35 anos.

Louis van Gaal não dirá em voz alta esta semana, mas não está entusiasmado com a tática da Argentina nesta Copa do Mundo. A crença de que o melhor time vence o melhor jogador é a razão pela qual Louis van Gaal grita constantemente que a Holanda pode se tornar campeã mundial.

“Gosto de Lionel Messi como jogador individual, nesse aspecto ele é o melhor do mundo porque suas estatísticas são ótimas. Eu amo isso! Mas por que ele venceu a UEFA Champions League pela última vez há cinco anos?” perguntou Louis van Gaal.

“Acho que Lionel Messi precisa se adaptar ao time, e não o contrário. Josep Guardiola escolheu o interesse da equipe, mas os últimos treinadores adaptaram-se muito ao estilo de jogo de Lionel Messi em vez de pensar mais no conjunto. Isso é o mais importante. Na Liga dos Campeões é preciso levar em conta a qualidade do adversário” falou Louis van Gaal.

O comandante da seleção holandesa mantém a mesma opinião para uma competição do nível da Copa do Mundo. Assim, ele buscará os pontos fracos da tática argentina.

DEFENDER

Uma suposição lógica é que o maior ponto fraca da Argentina está na defesa. Lionel Messi não é conhecido por conhecido por ser aquele jogador que voltará para recompor e ajudar na marcação. Lionel Scaloni costuma colocar mais dois atacantes ao lado da estrela do Paris Saint-Germain. Julián Álvarez e Ángel Di María são os companheiros de Lionel Messi no ataque da Argentina.

A qualidade do sistema defensivo não é tão grande. O lateral esquerdo, Marcos Acuña é o décimo oitavo na La Liga com seu clube, o Sevilla. O seu jogo é caracterizado muito mais por atacar do que defender. No outro lado, o lateral direito Nahuel Molina conquistou uma transferência para o Atlético de Madrid na última janela de transferências, principalmente pelos sete gols que marcou na Itália, quando vestia a camisa da Udinese. No último jogo do campeonato antes desta Copa do Mundo, Diego Simeone até tirou o defensor aos trinta minutos. Nicolás Otamendi de 34 anos e Cristian Romero costumam ser os dois defensores de Lionel Scaloni no miolo da defesa.

Lionel Scaloni merece crédito pelo fato de a Argentina apresentar um bom desempenho defensivo com esses jogadores. Nos quatro jogos até agora, os adversários do campeão sul-americano marcaram apenas 16 gols, o menor número de qualquer seleção nesta Copa do Mundo. O goleiro Emiliano Martínez teve um total de quatro finalizações entre as traves. Seu reflexo na fase final contra a Austrália foi sua primeira defesa do torneio. Portanto, não espere que a Holanda crie uma chance atrás da outra contra a Argentina. A organização de Lionel Scaloni é boa demais para isso.

Os arranjos defensivos da Argentina, como quase todas as escolhas táticas, são melhor compreendidos por meio de Lionel Messi.

Desde a derrota para a Arábia Saudita na primeira rodada da fase de grupos, Lionel Scaloni vem organizando a pressão no meio-campi adversário no 4-3-3, com Lionel Messi como centroavante. O camisa 10 tem apenas uma atribuição: bloquear a linha de passe em direção ao meia mais defensivo do adversário. Os atacantes Ángel Di María e Julián Álvarez correm pelas laterais em direção aos zagueiros. Por meio desse tipo de pressão, a Argentina tenta impedir que os adversários construam as jogadas pelo meio.

Assim como contra os Estados Unidos, o espaço para a seleção holandesa ficará com os zagueiros.

Para pressionar os zagueiros, Lionel Scaloni usa dois corredores ofensivamente no meio-campo. NO caminho para a quista da Copa América, foram Giovani Lo Celso e Rodrigo De Paul. Depois de uma experiência fracassada com Papu Gómez na esquerda, Alexis Mac Allister assumiu o papel de Giovani Lo Celso nesta Copa do Mundo. Na terminologia de Louis van Gaal, Rodrigo De Paul e Alexis Mac Allister são jogadores leais à equipe que estão preparados para cuidar dos avanças dos atacantes adversários.

A formação tática da Argentina no 4-3-3- só pode ser vista quando a equipe pressiona o meio-campo adversário. Em seguida, o time de Lionel Scaloni se fecha no 4-4-2.

Julián Álvarez fecha com Lionel Messi na frente. Essa dupla dificilmente faz qualquer tentativa de pressão nos defensores adversários. Eles contam com as duas linhas de quatro para tornar os espaços pequenos. Uma vez que a Argentina está nesta organização, a equipe é bastante passiva. Se a seleção holandesa jogar na primeira pressão, então há chances de manter a posse de bola.

Na organização defensiva, os espaços na Argentina são muito pequenos que até agora os adversários atacaram principalmente pelas laterais.

Por onde a Argentina é mais atacada?

ZonaQuantidade de ataques sofridos
Ponta Esquerda25
Centro07
Ponta Direita31

Assim como contra os Estados Unidos, um papel fundamental será reservado para Denzel Dumfries e Daley Blind. Eles devem atacar as costas dos meio-campistas externos. Em seguida, coloque os atacantes em posição para marcar gols.

Além disso, haverá espaço para Frenkie de Jong construir o jogo, como Aaron Mooy conseguiu fazer com a Austrália. Para Louis van Gaal, a questão é com que tipo de meio-campistas ele colocará em campo para anular Lionel Messi. Em 2014, ele começou contra a Argentina com Nigel de Jong, Wesley Sneijder e Georginio Wijnaldum.

Na Argentina, especula-se sobre a opção de Lionel Scaloni querer espelhar o sistema da Holanda.

Contra a Polônia e a Austrália, essa variante foi implementada nos momentos finais da partida, quando Lionel Scaloni colocou Lisandro Martínez na defesa para a equipe defender com três zagueiros. Começar assim nas quartas de final só parece realista na ausência de Ángel Di María. Não há espaço para um ponta com um esquema com cinco defensores.

“Vamos torcer para que Ángel Di María esteja em sua melhor forma na sexta-feira. Quando você tem no banco, é uma tentação constante colocá-lo em campo. Mas isso não teria feito nenhum bem para ele e para a equipe” disse Lionel Scaloni após a vitória da Argentina diante da Austrália nas oitavas de finais.

Mas tudo indica que Lionel Scaloni começará com quatro defensores. Mudar para cinco parece uma opção caso Ángel Di María realmente não consiga jogar.

Não é preciso temer os contra-ataques da Argentina. Ao fim de quatro jogos, apenas dois contra-ataques da Argentina resultaram em algo de bom. Como Lionel Messi se move sempre em direção a bola, Ángel Di María e Julián Álvarez são os únicos dois jogadores com uma ameaça de velocidade e profundidade. A Laranja só precisa fazer duas coisas para parar os contra-ataques: levar em conta a linha de passe para Lionel Messi ao atacar e garantir que Julián Álvarez esteja sempre muito bem protegido. Com três zagueiros centrais isso não deverá ser um problema.

Ofensivamente, tudo na Argentina é voltado para Lionel Messi. Nesta Copa do Mundo, ele é o jogador com mais tentativas de gol e mais oportunidades criadas em jogo. Isso porque o conceito tático é adaptado às duas qualidades individuais.

A Argentina inicia a construção da jogada a partir do 4-3-3. Lionel Messi geralmente começa como atacante, embora às vezes possa começar como um ponta direita. Ángel Di María e Julián Álvarez ajustam as suas posições de acordo com as movimentações de Lionel Messi.

Enzo Fernández desempenha um papel fundamental nessa organização como armador da defesa. Desde sua chegada ao time, a construção das jogadas ficou muito mais fácil. Um padrão fixo é que Enzo Fernández busca a bola sempre na defesa da Argentina.

A Argentina claramente se desenvolve a partir de uma defesa com três homens, é o que chamamos da saída com três jogadores. Assim como na Holanda, um dos dois laterais sobe para a linha do meio de campo. Na maioria das vezes é Marcos Acuña que fica com essa responsabilidade. Com Ángel Di María como ponta direita, as costas desse lado costumam ser um pouco mais frágeis. Para que o jogador da Juventus possa entrar em duelos um contra um. Julián Álvarez avança para a posição de centroavante, rapidamente deixada por Lionel Messi.

A posição de Lionel Messi depende um pouco dos espaços que o adversário abre.

Não é incomum que Lionel Messi apareça como uma espécie de criador das jogadas. À sua direita, às vezes, há um assistente para ajudar Lionel Messi, como Rodrigo De Paul. O restante do time está na frente da bola, com o centro especialmente lotado de jogadores da Argentina.

Em outros momentos, Lionel Messi deixa a construção das jogadas para os outros e espera atrás dos volantes adversários por espaços. O restante da seleção argentina antecipa o posicionamento do atacante do Paris Saint-Germain. Se Lionel Messi cair, eles andam para frente.

O mapa de calor de Lionel Messi acima, mostra que ele atua principalmente no meio-campo. Com um ligeiro desvio para a direita. Onde é agradável para Lionel Messi enviar passes em diagonal para companheiros de equipes.

É bom para a seleção holandesa que eles já treinaram com um atacante como Christian Pulišić contra os Estados Unidos. Tanto Jesús Ferreira quanto Giovanni Reyna cumpriram esse papel contra a seleção holandesa. Então Virgil van Dijk, como zagueiro central, determinou quando o falso nove teve que ser substituído por um meio-campista. Isso é fácil de organizar com pequenos espaços entre as linhas.

Contra a Argentina, uma organização como no jogo em casa contra a Bélgica parece mais provável.

Depois, como na situação acima, Marten de Roon se encarregou de cobrir Kevin De Bruyne, que aparece em zonas do campo semelhantes a Lionel Messi. Steven Berghuis e Davy Klaassen cuidaram dos outros meio-campistas centrais naquele jogo. Enzo Fernández pode se tornar o homem livre da Argentina nesse cenário.

Na situação acima, você pode ver que Georginio Wijnaldum ficou atento aos movimentos de Javier Mascherano. Nas costas, Stefan de Vrij está pronto para ser o jogador da sobra, assim como Nigel de Jong fez com Lionel Messi em 2014.

Alguns segundos depois é Nigel de Jong quem está colado em Lionel Messi, com Georginio Wijnaldum e Wesley Sneijder cobrindo as outras opções no meio-campo. Javier Mascherano é o homem livre. Um risco que Louis van Gaal está disposto a correr por falta de profundidade por parte dos argentinos.

Assumindo a mesma posição contra os Estados Unidos, isso poderia se parecer com a imagem acima. Apenas as peças parecem um ponto de interrogação. Teun Koopmeiners é uma alternativa a Marten de Roon que acrescenta mais ofensivamente. Assim para Steven Berghuis ou Cody Gakpo contra como número 10. Se Louis van Gaal usar a mesma lógica dos jogos anteriores, começa pelas opções defensivamente mais confiáveis.

Se a seleção holandesa vencer a Argentina, provavelmente será por meio de um contra-ataque. Parece haver o máximo para obter contra esta equipe bem organiza.

Isso não será fácil, porque a Argentina é extremamente agressiva depois de perder a bola. Muitas vezes, três ou quatro jogadores pressionam imediatamente, o que é possível graças aos muitos jogadores que estão no meio-campo durante as fases ofensivas. Muitos oponentes veem os contra-ataques sendo travados em um estágio inicial devido a essa pressão rápida.

Se a Laranja conseguir ter cuidado em momento como este, então há sim espaços gigantescos para aproveitar. A última linha da Argentina corre para trás assim que os adversários passam pela primeira pressão.

A jogada acima da Arábia Saudita demonstra que situações de dois contra dois são possíveis para a seleção holandesa. Nesses momentos, a tática com dois atacantes deve valer a pena. Memphis Depay e Cody Gakpo podem então mergulhar nos espaços atrás das costas dos defensores.

CONCLUSÃO

Tudo aponta para uma partida muito mais tática do que técnica e com poucas chances de gols. Tanto a Argentina quanto a Holanda apresentam uma organização estável para os adversários com posse de bola por muito tempo. Assim, a principal questão parece ser qual equipe está mais bem preparada para os poucos momentos em que os espaços são um pouco maiores. Louis van Gaal acredita que esta é a seleção holandesa. Porque a Laranja pode focar totalmente em um craque, enquanto a Argentina terá que ter atenção em todo um time da Holanda.

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