Na última sexta-feira, Frank De Boer foi anunciado como o novo treinador da seleção holandesa e o novo comandante da Oranje foi apresentado e prestou sua primeira coletiva de imprensa como treinador da Holanda.
Foram seis semanas desde o dia que Eric Gudde recebeu a ligação de de Ronald Koeman afirmando que iria aceitar a proposta do FC Barcelona.
De lá para cá, os dirigentes da federação holandesa buscaram alguns nomes para assumir o comando da seleção e esse nome que iria assumir a seleção teria que ter em mente que todos gostavam da forma de trabalho de Ronald Koeman e que queriam manter o máximo de coisas possíveis.
O treinador escolhido se tornou Frank De Boer, esse não era o nome que todos queriam, muito menos era o principal alvo da KNVB (Koninklijke Nederlandse Voetbalbond), mas é aquele ditado: “É o que temos para hoje”.
Frank Rijkaard se recusou a deixar sua calma, tranquila aposentadoria para retornar ao futebol e Peter Bosz preferiu seguir comandando o Bayer 04 Leverkusen onde possui contrato em vigor.
“Nós estávamos procurando o treinador que melhor se encaixasse à situação e a equipe que temos. Foi um processo muito cuidadoso” disse Eric Gudde.
Frank De Boer comentou sobre o processo para se tornar treinador da Holanda.
“O cargo de treinador da nossa seleção, é como um cargo muito importante de uma empresa. Quando um cargo desse fica em aberto, muitos nomes são especulados. Sempre haverá diversos candidatos. Não me importo se sou a primeira, segunda, terceira, quarta, quinta opção. Estou muito feliz pela oportunidade”
Os dirigentes apostam que com os fracassos recentes que Frank De Boer teve em sua carreira, ele tenha aprendido muitas coisas que podem ser aplicadas na seleção.
“Frank de Boer é um excelente profissional. Quando conversamos, antes de fecharmos o contrato, ele mostrou ter uma boa auto-reflexão de tudo que aconteceu consigo nesses três últimos trabalhos e me mostrou ter aprendido muito com esses erros. Fez um excelente trabalho de reconstrução no Ajax e chegou na final da Copa do Mundo de 2010 com Bert van Marwijk” disse Nico Jan Hoogma.
O contrato de Frank de Boer terá duração de dois anos, ou seja, até a Copa do Mundo de 2022 no Catar. Mas, existe no contrato duas pausas para avaliação do trabalho do comandante holandês. Ele foi questionado se existiria uma clausula para sair de graça, caso uma proposta do FC Barcelona chegasse.
“Barcelona? Não, não” disse rindo, Frank de Boer.
Ele não vê a hora de começar a exercer a função na beira do gramado de treinador da Holanda. Com 50 anos, Frank de Boer terá uma das maiores responsabilidades da sua carreira como treinador de futebol.
“Estou honrado de ser o escolhido. Tenho muito orgulho de ser o comandante da seleção do meu país. É um momento mais do que especial para mim”
Na coletiva, os jornalistas perguntaram a Frank de Boer se ele seria uma espécie de “Koeman 2.0”.
“Não, certamente não sou, mas acho que temos muitas semelhanças em relação ao que pensamos sobre futebol. Eu quero continuar o que ele construiu aqui. Ele fez um trabalho muito bom na seleção e todos voltamos a ter gosto de assistir a nossa seleção jogar, não sou louco em mexer no que vem dando resultado. Ele levou a nossa seleção a final da Liga das Nações. Ele deu esperança ao nosso povo. Quero continuar isso”
O primeiro trabalho de Frank de Boer no comando da Holanda será dia 11 de outubro no amistoso contra o México. Depois desse amistoso, a Holanda terá dois jogos muito importantes na Liga das Nações que será contra a Itália e Bósnia e Herzegovina, todos os dois jogos fora de casa.
No dia 5 de outubro, ele receberá os jogadores que serão convocados para defender a Holanda nesses jogos e Dwight Lodeweges ajudará ele a organizar as coisas em Zeist.
“Estou muito feliz por poder trabalhar com Dwight Lodeweges. Ele é um profissional muito bom. Nunca tive a oportunidade de trabalhar com ele, mas quando conversamos, vi que nossas ideias de futebol são muito parecidas e podemos fazer algo muito legal junto aqui na seleção”
Frank de Boer foi perguntado sobre a qualidade do atual elenco da seleção com a equipe que disputou a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.
“Existem algumas semelhanças. Wesley Sneijder estava em um momento extraordinário. A equipe ainda tinha Arjen Robben, Rafael van der Vaart, dois volantes de extrema qualidade com Mark van Bommel e Nigel de Jong. Atualmente, nossa seleção é muito forte também. Temos diversos jogadores na seleção que vivem uma fase muito boa. Acho que temos um grupo mais talentoso do que tivemos em 2010. Se posso citar alguns jogadores, podemos falar de Donyell Malen e Cody Gakpo”
Os repórteres também perguntaram sobre a convocação de jogadores marroquinos que possuem nacionalidade holandesa, por exemplo, Mohamed Ihattaren que foi convocado por Dwight Lodeweges mas acabou não entrando.
“Eu quero dar oportunidades para todos mostrarem suas qualidades com a nossa camisa. Não quero e nem vou garantir nada. Mas, iremos trabalhar para que possamos reter os melhores jogadores em nossa seleção”