SELEÇÃO HOLANDESA

Pressão provocativa: Foi assim que Louis van Gaal venceu Gregg Berhalter

Louis van Gaal

Anteriormente, Louis van Gaal era um treinador que acreditava firmemente que para ganhar os jogos, sua equipe precisava ter a posse da bola. Segundo ele, o bom futebol começou com os triângulos no 4-3-3, com pontas que tinham muita qualidade e velocidade. Beleza e vitória andavam de mãos dadas para o treinador da escola do Ajax.

Aos 71 anos, Louis van Gaal colocou todas essas ideias dentro de uma caixa. Ele está no Catar por um único motivo: ser campeão mundial. Então ele analisa os Estados Unidos e elabora um plano de batalha para desbaratar o adversário. Mesmo que isso signifique que a seleção holandesa tenha pouca ou nenhuma posse de bola.

Quando Louis van Gaal é questionado antes do jogo contra os Estados Unidos se pretende querer ficar com a bola da bola, ele não consegue esconder um pequeno sorriso.

“Isso se chama pressão provocativa” disse Louis van Gaal.

Uma estatística simples conta a história das táticas usadas pela Laranja. No intervalo, Tim Ream tocou mais vezes na bola, seguido pelo também zagueiro, Walker Zimmerman. A estrela norte-americana, Christian Pulišić teve o menor número de passes, menos até que o goleiro dos Estados Unidos.

Em outras palavras: Louis van Gaal luta contra os Estados Unidos como muitas vezes alguns clubes holandeses foram eliminados em competições europeias. A Holanda deu a posse de bola para os Estados Unidos. Com a bola nos pés, os Estados Unidos cometeram erros que proporcionou a Holanda a fazer os gols da vitória por 3 a 1. Essa é a pressão provocativa mencionada por Louis van Gaal.

A imagem acima ilustra o que falamos. Ream avança com a bola nos pés e não fazia ideia para quem tocar. No meio-campo, Marten de Roon (Yunus Musah), Davy Klaassen (Tyler Adams) e Frenkie de Jong (Weston McKennie) marcam os jogadores norte-americanos. Daley Blind está à espreita pela chance de roubar a bola e enfrentar Sergiño Dest. O lateral esquerdo tem essa liberdade, porque Nathan Aké cobre as investidas de Timothy Weah.

Os Estados Unidos não vêem a solução para essa questão tática. Walker Zimmerman e Tim Ream costumam avançar com a bola nos pés, esperando uma solução que se apresente. Eles raramente encontram algo. Em muitos casos, eles apenas ficaram trocando passes entre eles dois. E isso era um sinal de que o plano da Holanda estava funcionando, porque em determinados momentos, os dois zagueiros tentavam dá passes mais arriscados e com isso a Holanda conseguia roubar a bola.

O fato do plano de Louis van Gaal ter tido um final feliz se deu muito a Andries Noppert. O goleiro do SC Heerenveen fez uma defesa fundamental quando o relógio marcava menos de três minutos de bola rolando.

Daley Blind se posiciona muito mal e proporciona condição legal para Christian Pulišić finalizar e Andries Noppert fazer uma belíssima defesa.

A primeira boa finalização da Holanda aconteceu aos dez minutos do primeiro tempo.

Isso é feito por meio de um padrão de construção que deve ser discutido com antecedência. Nathan Aké abre o jogo com Daley Blind e toca para Memphis Depay.

Através de Memphis Depay, a Holanda passa então o jogo para o outro lado do campo, onde há bastante espaço. Denzel Dumfries acaba subindo livre na ponta direita e recebe a bola de Cody Gakpo para o lateral direito da Internazionale cruzar rasteiro para a entrada da grande área. Memphis Depay com muita qualidade estufou as redes de Matt Turner.

O fato de que Memphis Depay aparece totalmente livre se deve em partes pela presença de Davy Klaassen e Marten de Roon. Esses dois jogadores juntos seguraram quatro defensores dos Estados Unidos, permitindo com que o artilheiro holandês estivesse livre para abrir o placar.

Para Louis van Gaal, essa posição significa a execução do plano em sua perfeição.

“Pode ser parte da tática deixá-los furiosos. Vamos ver o que acontece durante a partida” disse Louis van Gaal antes da partida. Os Estados Unidos que começaram muito bem a partida, se perderam durante 40 minutos. Embora os norte-americanos tenham mais posse de bola, não conseguiram uma única tentativa de gol entre o terceiro e o 43ª minuto. Por outro lado, a Holanda teve boas oportunidades de contra-ataques.

Na hora de roubar a bola, Memphis Depay e Cody Gakpo estão sempre em grandes espaços contra a dupla de zagueiros dos Estados Unidos. Sem margem para erro, a dupla de defensores dos norte-americanos, não conseguem sair tocando a bola.

Essa situação começa novamente com Tim Ream, que tem todo o tempo e espaço com a bola. Ele procura Christian Pulišić com um passe mais complicado, que é pressionado por Jurriën Timber. Christian Pulišić escorrega, Denzel Dumfries rouba a bola e tem toda a ponta direita aberta para avançar.

A imagem acima mostra que Walker Zimmerman e Tim Ream já não ousam jogar com grandes espaços nas costas. Cody Gakpo tem, portanto, todas as oportunidades de roubar a bola e entregar para Denzel Dumfries na ponta direita.

Essa movimentação ainda resulta em um gol. O outro lateral marca após cruzamento de um lateral, com o qual Denzel Dumfries e Daley Blind se distinguem de forma positiva ofensivamente.

Ao intervalo, Louis van Gaal antecipa espaços ainda maiores ao trazer Teun Koopmeiners e Steven Bergwijn para os lugares de Marten de Roon e Davy Klaassen. Com essas mudanças, a Holanda comete um erro com Memphis Depay que permite os Estados Unidos marcar o seu gol e voltar ao jogo.

Nessa fase, Gregg Berhalter mudou o esquema do jogo para o 4-2-4, tentando forçar mais uma pressão em cima da defesa holandesa. O que significa que a Holanda ganha ainda mais espaços para contra-atacar.

Pela segunda vez neste jogo, Louis van Gaal vê então o gol que adora. Um cruzamento de um lateral para outro lateral entrando na grande área. Desta vez, Daley Blind para Denzel Dumfries.

Essa é exatamente a vantagem que Louis van Gaal deve ter visto: é difícil para times com quatro defensores defenderem toda a largura do campo. Então Denzel Dumfries está completamente livre no poste direito.

Ao fim dos noventa minutos, todas as estatísticas são a favor da equipe que jogou no 4-3-3. Os Estados Unidos têm mais posse de bola, maior eficiência nos passes e mais tentativa de gol. Só a estatística mais importante está a favor da Holanda: os gols.

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