Robin Veldman foi apresentado como novo treinador do SC Heerenveen nesta segunda-feira. Quem ele é e o que ele planeja fazer no Abe Lenstra Stadion? O homem que foi criado no clube conversou com a imprensa sobre o desenvolvimento de jovens talentos, oportunidades que surgem em seu caminho e os objetivos dele com o SC Heerenveen.
🗣 Muitos estão dizendo que sua volta ao SC Heerenveen completa um ciclo importante na sua história.
🎙 “Sim, para mim é como voltar para casa. De volta ao estádio onde passei onze anos como treinador de jovens, onde assistir a muitos jogos e onde vivi em frente por quatorze anos. Dessa forma, me deparo com muitas coisas reconhecíveis. Nos últimos anos, fiz muitos investimentos para crescer e melhorar como treinador. Se aparece a oportunidade de retornar ao clube onde tudo começou, o clube onde minha família e amigos se sentem em casa e onde um tio meu foi voluntário por anos, então isso é muito especial para mim”
🗣 Alguns anos atrás, você disse que se tornar treinador do SC Heerenveen era um sonho. Esse sonho agora se torna realidade?
🎙 “É um pouco surreal pensar que esse sonho agora se tornou realidade. E quando eu disse isso, realmente pareceu isso: como um sonho. Mas desde então, também fui treinador interino do RSC Anderlecht e me saí bem no time B do Club Brugge, então talvez, esse seja apenas um bom passo em direção ao próximo passo que está por vir. Mas veremos isso mais tarde. Agora estou especialmente feliz e muito orgulhoso de poder ser o treinador principal do SC Heerenveen”
🗣 Eu aposto que não foi difícil escolher o SC Heerenveen quando o clube se apresentou querendo contar contigo, estou certo?
🎙 “Sim, porque também me diverti muito no Club Brugge. Nós tivemos uma temporada muito boa na segunda divisão da Bélgica, tanto em termos de futebol quanto de resultados, eles também tinham um bom plano para que eu crescesse dentro do clube – um clube que estava nas oitavas de final da UEFA Champions League nesta temporada. Achei muito difícil simplesmente deixar isso de lado. Mas quando isso se torna concreto e você olha para o cenário geral, o lado privado e esportivo, você chega à conclusão de que tudo aqui em Heerenveen se encaixa muito bem. O vínculo que eu tenho com este clube também desempenha um papel muito importante na minha decisão. Depois de algumas boas conversas com Johan Hansma, eu sabia que esse seria um passo perfeito para mim”

🗣 Por quê?
🎙 “Porque vencer aqui ainda de mãos dadas com o desenvolvimento de talentos. Se olharmos para o atual elenco do SC Heerenveen, temos alguns jovens jogadores. Acho que adquiri muito conhecimento nos últimos anos para ajudar esses jovens a melhorarem. Bart Verbruggen agora é o goleiro titular da seleção holandesa. Jerry St. Juste está jogando no time titular do Sporting de Portugal. Esses são jogadores com quem trabalhei e que, no final das contas, deram um grande passo. Espero poder desenvolver jogadores aqui novamente e ajudá-los a dar o próximo passo em suas carreiras”
🗣 O SC Heerenveen é um clube que aposta muito nas suas categorias de base, podemos dizer que você está em um bom lugar para desenvolver jovens talentos?
🎙 “Não tenho experiência como jogador de futebol profissional. Eu jogava futebol na minha aldeia, no SV Marknesse, e seguia a educação esportiva aqui perto do Abe Lenstra Stadion, com o plano de eventualmente me tornar professor de educação física. Ser treinador não era algo que eu estava realmente pensando na época. Eu realmente gostava de treinar, então dei atenção a isso durante meus estuados. Depois pude fazer um estágio no FC Groningen. Opa, isso pode ser um pouco delicado, pensei, porque minha família é mais do lado do SC Heerenveen. Eu teria que me mudar e não tive vontade de fazer isso, então decidi não fazer. Um dia depois, fui convidado para uma entrevista no SC Heerenveen, com o então chefe, Wim Dusseldorp, e comecei um estágio aqui por dois anos. No meu primeiro ano fiz o Sub15 e Sub18, no segundo ano trabalhei no Sub17 e Sub13, então no final do estágio, eu já tinha completado todas as fases das categorias de base. Depois disso, estudei gestão esportiva por um tempo, porque queria me desenvolver mais, mas o SC Heerenveen queria que eu estudasse em período integral, então decidi interromper os estudos. E assim acabei ficando no SC Heerenveen por onze anos maravilhosos”

🗣 De qual jovem jogador daquela época você tem as melhores lembranças?
🎙 “Hakim Ziyech é claro, assim como Daley Sinkgraven e Jerry St. Juste. Mas tenho as melhores lembranças de Kik Pierie. Conversei com ele e seus irmãos mais velhos e amis novos para levá-los ao clube e com Kik Pierie nos tornamos campeões da Eredivisie Sub13. Ele amadureceu cedo, se tornou um garoto grande e forte, com uma perna esquerda muito boa, e em três anos passou para o time principal. Eu fui da academia do SC Heerenveen para o Ajax e no ano seguinte o Kik Pierie também foi para lá, então o reencontrei. Isso foi muito especial. É uma pena que ele tenha tido tantas lesões”
🗣 Como você foi parar no RSC Anderlecht depois de quatro anos nas categorias de base do Ajax?
🎙 “Eu nunca procurei por nada, na verdade, tudo simplesmente aconteceu no meu caminho. Talvez eu tenha tido a sorte de estar sempre no lugar certo e na hora certa. Vincent Kompany se tornou o treinador do RSC Anderlecht e queria trazer Craig Bellamy, que na época treinava o time reserva, para sua comissão técnica. No Ajax, Steven Piennar era meu assistente e um amigo dele era um empresário do diretor de futebol do RSC Anderlecht, e foi por isso que meu nome surgiu de repente. Dois dias depois eu estava assinado com o RSC Anderlecht. Às vezes, as coisas podem acontecer tão rápido, e então, de repente, você deixa de ser um treinador juvenil e se tornar o treinador do time B do RSC Anderlecht”
🗣 E se olharmos agora, podemos chegar à conclusão que as coisas só melhoraram, correto?
🎙 “Vincent Kompany foi para o Burnley em 2022 e foi sucedido por Felice Mazzù que foi rapidamente demitido, após isso, assumi interinamente o time principal. Foi um grande desafio, porque o RSC Anderlecht estava na crise mais profunda da história recente. O clube estava na décima segunda colocação e até se falava em rebaixamento. É um feito e tanto. Mas eu entrei e acho que conseguimos transmitir muito bem meu jeito de jogar em um curto período de tempo e fazer com que os jogadores abraçassem a missão. Alguns dos grandes jogadores do elenco disseram que iriam confiar em mim. Então comecei a sentir realmente as coisas melhorarem. Era isso que eu realmente queria. Então, depois disso, me inscrevi para fazer o curso da UEFA PRO, que fiz na própria Bélgica. No RSC Anderlecht, Brian Riemer acabou se tornando o treinador do time principal e eu continuei como seu assistente. Mas então chegou um novo diretor, com seus próprios planos e seu próprio pessoal. Então acabei ficando sem espaço no clube e já não tinha mais espaço para meu crescimento com eles”

🗣 E na Escócia?
🎙 “Marijn Beuker, que atualmente é o diretor de futebol do Ajax, me levou para o Queen’s Park FC como treinador, mas não fiquei lá por muito tempo. Isso por causa dos resultados, muito simplesmente, e também porque Marijn Beuker foi para o Ajax logo depois que cheguei e o clube rapidamente voltou ao que estava acostumado antes de Marijn Beuker. Então, não havia muito apoio para mim. Foi muito importante vivenciar isso, mas também está claro que não foi a melhor escolha na minha carreira. Felizmente, conseguir ajeitar isso novamente indo para o Club Brugge B e agora posso me provar no SC Heerenveen”
🗣 Como sua família recebeu a notícia de que você voltaria para o SC Heerenveen, agora como o treinador da equipe principal?
🎙 “Foi com grande alegria. Durante meu tempo no Club Brugge, morei em Knokke, enquanto minha esposa e minhas filhas estavam em Marknesse. Nos finais de semana, eu voltava para casa por dez horas ou às vezes um dia e meio, antes de voltar para a Bélgica por uma semana. Nós deliberadamente mantivemos o interesse do SC Heerenveen em segredo das crianças por um longo tempo, mas havia uma criança no pátio da escola que gritou que eu viria para o SC Heerenveen e elas também viram algo na internet. Quando voltei para Knokke na semana passada, quando o acordo ainda não tinha sido finalizado, duas meninas chorando estavam penduradas no meu ombro. Claro que tem um grande impacto, eu entendo muito bem isso. Agora, o pai ambicioso também é o pai que está sempre em casa, isso vai levar algum tempo para todos se acostumarem. Devo carregar a máquina de lavar louça mais tarde? Não, sério, isso também influenciou na minha escolha. Estar de volta novamente, com minha esposa e meus filhos, que também podem vir assistir aos jogos nos finais de semana, estou realmente ansioso por isso”

🗣 Uma grande dúvida dos torcedores e até mesmo de nós da imprensa é qual SC Heerenveen devemos esperar sob o comando de Robin Veldman?
🎙 “Eu gosto muito de ver meu time dominando a partida. E não com a intenção de ficar tocando para um lado e para o outro, mas com a coragem de atacar. Eu defendo um futebol agressivo, quando não temos a bola, mas também quando temos a bola. Jogar rápido, processar a bola rapidamente, ser agressivo na busca por espaços. Mas também acho que tem que ser realista. Então, vamos agora fazer uma boa análise do elenco, o que o futuro reserva para o clube, com quais jogadores queremos continuar. Vamos todos dar uma boa analisada nisso”
🗣 Você gosta de jogar no 4-3-3?
🎙 “Minha preferência é nesse esquema mesmo, mas sou muito flexível nesse aspecto, observo as qualidades dos meus jogadores e foco principalmente nos princípios do jogo, em vez de um sistema específico. Se tirarmos uma foto de como estamos quando o goleiro tem a bola e depois outra foto de como finalizamos a jogada, pode muito bem ser que todos os jogadores tenham se movimentado. Não penso tanto em termos de sistema. O que eu quero é que nos tornemos muito amplo, seaj com um lateral ou um ponta. Vamos variar muito, acredito fortemente nisso. Mas, fora isso, não acho que a forma de tocar precise mudar tanto. Robin van Persie fez algumas coisas realmente boas entre as duas áreas. Agora, precisamos nos concentrar em como vamos expandir isso para marcar mais gols”

🗣 Por conta do seu passado nas categorias de base do SC Heerenveen, você também estará mais propenso a considerar abrir espaço para os jovens jogadores?
🎙 “Não acho que isso tenha nada a ver com meu passado neste clube. Quando eu jogava no Club Brugge B, eu também assistia aos jogos do Sub10 e Sub13. Simplesmente porque eu estou interessado no que está acontecendo em todo o clube. Eu definitivamente não serei o treinador principal que simplesmente aparece no estádio para o jogo e só. Quero estar envolvido com todo o clube e participar do desenvolvimento de todos os jogadores. Acho que tenho uma ideia sobre isso que tem sido bem-sucedida ao longo dos anos e quero compartilhá-lo aqui. Por enquanto, o foco será atuar no time principal, mas espero poder trazer ainda mais para este clube no longo prazo”
🗣 Quais treinadores te inspiram?
🎙 “Na Holanda, você naturalmente olha para Arne Slot. Do outro lado da fronteira, encontrei o Bayern de Munique e a Alemanha de Hansi Flick jogando um futebol muito lindo. E também gostei de assistir ao Jürgen Klopp. A paixão, o impacto que ele tem como pessoa em um clube, acho isso ótimo de ver. Eu também sou um treinador apaixonado. Quando tive que escolher a roupa do meu clube aqui, eu disse para que usássemos apenas calças largas, porque elas têm que permitir um pouco de movimento. O que eu realmente gostava em Robin van Persie ainda era o treinador aqui quando o SC Heerenveen marcava, ele comemorava como se ele próprio tivesse marcado. Você verá isso comigo também”
🗣 Quais são as suas ambições com o SC Heerenveen?
🎙 “No curto prazo, chegar na Europese Tickets Eredivisie. Na classificação, temos boas chances, mas acredito que devemos olhar principalmente para cima. A longo prazo, espero usar minha experiência em três grandes clubes para contribuir com o desenvolvimento dos jogadores, a fim de criar mais valor de mercado para o SC Heerenveen. Mas é claro que também quero ver o Abe Lenstra Stadion lotado de torcedores e jogadores que querem ver o SC Heerenveen vencer, mas também jogar um futebol bonito e ofensivo. Nós trabalharemos muito duro no centro de treinamento para conseguirmos isso”

🗣 Você poderia imaginar que agora, como um treinador de 39 anos, você já seria o treinador de um clube da Eredivisie?
🎙 “Não, mas essa é a história de toda a minha carreira até agora. Nunca planejei nada, cada passo veio como veio. Então você sempre pode estar no lugar certo e na hora certo, mas é claro que você também tem que ser bom o suficiente, caso contrário, você ainda não será o escolhido. Eu tenho confiança no meu trabalho e estou muito feliz que o SC Heerenveen me deu essa oportunidade maravilhosa”
🗣 Há um sorriso enorme em seu rosto. Então é assim que acontece quando os sonhos se tornam realidade?
🎙 “Há, eu tenho esse sorriso no rosto todos os dias que estou em campo. Isso já acontecia quando eu treinava o Sub13 e nunca mudou. Acho que essa é uma profissão muito legal. A pressão e todos os periféricos agora mudarão um pouco para mim, mas basicamente ainda serão onze contra onze e cerca de vinte jogadores com quem trabalharemos. Isso me deixa muito feliz”