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No embalo da Europa: FC Utrecht quer transformar o Galgenwaard em caldeirão continental

#RKCUTR

Com um pé já fincado na próxima fase, depois de uma vitória por 3 a 1 fora de casa, o FC Utrecht se prepara para mais uma noite europeia – e promete transformar o estádio Galgenwaard em palco de festa. Com casa cheia e energia lá no alto, Ron Jans está empolgado. Mais do que técnico, parece um torcedor de uniforme trocado. Ele sabe que noites como essa mexem com tudo: o jogo, a cidade e até a alma do time.

E por falar em alma… ela já está vibrando no Galgenwaard. Enquanto os últimos ajustes são feitos no estádio, Jans e Victor Jensen batem um papo com a imprensa num salão amplo – nada de sala fria de coletiva. Jensen, aliás, fez gol na ida e saiu correndo pro vestiário: treino liberado, mas só por 15 minutinhos para os olhos curiosos da imprensa, como manda a cartilha da UEFA.

Ron Jans, por outro lado, aproveita cada segundo. Sorridente, à vontade, ele celebra não só o bom momento do time, mas o que está sendo construído ao redor. Com quase 22 mil torcedores confirmados mesmo em pleno período de férias, não há mais ingresso disponível para o restante da temporada. “Isso é maravilhoso”, diz e repete, como quem quer cravar o momento na memória. E ele já avisa: quando o vento virar – porque ele sempre vira -, espera já ter deixado sua marca.

O FC Sheriff é forte. Mas a gente também

Sobre o adversário? Respeito, mas nada de medo. A vitória fora de casa serviu como combustível. “Eles estavam mais ritmados, já com jogos de campeonato, mas superamos no físico e no mental”, diz Jans. Tomaram o primeiro gol, sim. Mas viraram com personalidade. “O espírito de equipe e a vontade de não desistir me encantam desde que cheguei”, completa.

O ponto de atenção, segundo ele, está no ritmo com a bola. Muito tempo com a posse, mas pouca agressividade no primeiro tempo. Isso precisa mudar. E rápido. “O Sheriff pode mudar de sistema, vir diferente. Mas nós vamos fazer o nosso. O estádio lotado, a torcida pulsando… é disso que a gente gosta!”

Tem europeu rodado, mas também tem novato querendo mostrar serviço

O elenco é uma mistura boa. Tem gente cascuda, como Nick Viergever – que já carrega dezenas de partidas europeias nas costas – e também garotos vivendo tudo isso pela primeira vez. “Isso te faz crescer. Te deixa mais jogador”, diz Jans.

E ele curte esse início de temporada com jogo valendo. Nada de amistoso morno. Aqui, a batida já é outra. Alguns ainda não estão 100%, o elenco não está no ritmo de jogos duplos, mas tem foco, preparação e — o mais importante – tempo pra se ajustar.

Um grupo que ensina, um elenco que responde

Jans não esconde a admiração por seus jogadores. “Esse elenco me ensina todos os dias”, solta. E exemplifica com Victor Jensen: avaliado com sinceridade na pré-temporada, tinha tudo pra buscar novos ares. Mas agarrou a chance, brilhou mesmo com a chegada de Dani de Wit, um reforço pesado.

Outros nomes aparecem na fala de Jans com carinho e expectativa: El Karouani, Murkin, Finnsson, Zechiël, Van den Berg. “Há sempre surpresas boas. E felizmente, não preciso me preocupar com postura. Aqui, a cultura é clara: energia, resiliência, parceria e vontade de crescer.”

Janela aberta, mas foco no que se tem

Sobre reforços? Sempre bem-vindos, claro. Mas o técnico faz questão de valorizar quem está. “O clube foi certeiro em nos permitir treinar cedo, alinhar estilo e dar minutos a quem merece.” O foco maior está no ataque, mas com Min e Ohio no elenco, a régua sobe. Se chegar alguém, precisa ser de peso.

Elogios também para os pontas: Adrian Blake (autor de gol na ida), Cathline, Rodríguez. “Temos armas. E se mantivermos o grupo unido, como fiz no Twente, vamos dar mais um passo. Resultados melhores do que na temporada passada não serão fáceis. Mas estamos prontos pra competir.”

Elenco titular não vem por carimbo

Na ida, só Zechiël foi novidade entre os titulares. Mas isso não é regra. “Ninguém chega com vaga garantida”, avisa. Dani de Wit, por exemplo, ainda se adapta ao estilo do Utrecht. “Está com fome, quer pressionar, quer pisar na área… mas estamos ajustando.” Quem entrega, joga.

Bola parada? Agora sim, é coisa séria

Se teve algo que brilhou na ida foram os escanteios. Dois gols vieram dali. E isso tem dedo de Willem Janssen, que abraçou a função de técnico de bola parada com gosto. Trabalha junto com o treinador de goleiros, investe tempo, observa, ajusta. E o resultado está vindo.

Antes, El Karouani cobrava tudo – nem sempre bem. Agora, a coisa mudou. É gol, é confiança, é vibração. “A cada escanteio, dá aquela sensação: vem perigo aí.”

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