SELEÇÃO HOLANDESA

A tática de Michael Reiziger não funcionou diante da Dinamarca

Michael Reiziger

A Holanda Sub21 não conseguiu vencer a Dinamarca. A análise de uma partida em que os riscos de Michael Reiziger não foram recompensados.

Quem ele está seguindo? Essa é a questão que se coloca nos duelos entre Anton Gaaei e Ruben van Bommel. O lateral direito da Dinamarca e do Ajax tem bastante espaço em sua seleção para se dedicar a jogada rápidas na linha de gol. Michael Reiziger decide não sacrificar Ruben van Bommel. Em vez disso, o ponta do AZ Alkmaar estava atacando os espaços.

O blefe de Michael Reiziger é a base muitos perigos de gols, em ambos os lados do campo.

O treinador da Holanda gosta de perseguir os adversários com seus pontas. Depois que o Noah Ohio segura um dos zagueiros, a tarefa dos pontas da Holanda é correr diagonalmente para dentro. Para Ruben van Bommel, isso significa que ele libera Anton Gaaei nesses momentos para pressionar o zagueiro direito.

Não precisamos estudar muito para entender as implicações táticas desse cenário.

Se a Holanda ganhar a bola, Ruben van Bommel fica livre para contra-atacar.

A Dinamarca está sendo pressionada? Então o homem livre está na ponta direita, com Anton Gaaei.

Não é à toa que Anton Gaaei é o homem do último passe ou do último chute em três das seis tentativas dinamarquesas de gol no meio de campo. Ruben van Bommel é ainda mais ameaçador no primeiro tempo. Ele está diretamente envolvido em cinco das oito tentativas de gol.

Essas estatísticas nem incluem a importância de Ruben van Bommel no gol contra de Oliver Provstgaard no décimo nono minuto.

Quando um ataque da Dinamarca trava na situação acima, Anton Gaaei é posicionado como ponta pela direita. Ruben van Bommel não acompanha e é imediatamente perigoso, buscando profundidade no rápido contra-ataque da Holanda.

Os números da Dinamarca são bons naquele momento, pois Noah Nartey cobre o espaço nas costas de Anton Gaaei. No entanto, ele claramente não se sente confortável na posição de lateral direito, à qual é forçado pela situação. Ruben van Bommel aproveita isso escapando em profundidade, após um belo lançamento de Luciano Valente. Aos 16 minutos, Ruben van Bommel perde o controle da bola, mas uma jogada descontrolada de Oliver Provstgaard ainda resulta no gol da Holanda.

Após o primeiro gol, a Dinamarca começou a se colocar em situações mais perigosos para construir o gol do empate e, consequentemente, os dinamarqueses foram encontrando espaços na defesa da Holanda. O tema central dessas possibilidades: os espaços nas costas de Anton Gaaei.

Aos 28 minutos, Anton Gaaei volta a atacar quando Jorrel Hato destrói a jogada. Ruben van Bommel aproveita a chance e dispara para o fundo da área.

Ruben van Bommel mantém a visão desobstruída na área adversária e serve Noah Ohio. Só que a tentativa do atacante do FC Utrecht é fraca demais para marcar.

Dois minutos depois, Kenneth Taylor não consegue converter um passe do atacante esquerdo holandês em assistência.

Quando a bola está com a Holanda, os comandados de Michael Reiziger segue a receita tradicional. Ruben van Bommel é procurado nas costas de Anton Gaaei. Desta vez, o resultado é uma finalização de Kenneth Taylor, que passa longe do gol de Andreas Jungdal.

A Holanda aproveita todas as oportunidades para chegar ao gol de Andreas Jungdal, só que estava pecando na finalização.

Enquanto a Holanda tem seu centroavante vivendo uma fase longe de ser boa, William Osula se apresenta como um finalizar nato. O atacante do Newcastle United converte duas chances em gols e, assim fez com que a Dinamarca conquistasse a vitória.

A construção para os dois gols da Dinamarca não pode ser vista separadamente da pressão agressiva da Holanda.

Na construção da jogada para o gol do empate da Dinamarca, Anton Gaaei aparece novamente atrás de Ruben van Bommel. Como lateral direito se posiciona por dentro, Kenneth Taylor acaba decidindo pressioná-lo. O resultado é que Ian Maatsen se vê repentinamente diante de vários jogadores da Dinamarca. Oliver Sørensen escapa em profundidade e faz um cruzamento preciso para William Osula empatar a partida.

No segundo gol de William Osula, a influência da organização da Holanda é menos visível.

No entanto, este gol começa com um momento de pressão, com Ruben van Bommel avançando na defesa pela direita. Ian Maatsen já antecipa uma abertura do goleiro dinamarquês em Anton Gaaei. Só que o goleiro surpreende o lateral da Holanda ao chutar e lançar a bola para Isak Jensen. Ian Maatsen corre de volta para sua posição original, mas não está exatamente na posição correta e é infantilmente superado por Isak Jensen. Então tudo começa a dá errado, porque Oscar Fraulo, por susa vez, escapa nas costas de Anass Salah-Eddine. Jorrel Hato dá um passo errado para o lado e é por isso que o centro da defesa se abre. William Osula é novamente o homem que marca.

Enquanto a Dinamarca administra cuidadosamente suas oportunidades, a Holanda continua desperdiçando chances no segundo tempo.

Duas oportunidades para a Holanda marcar após o intervalo, com Ernest Poku avançando na defesa pela esquerda. Na situação acima, isso cria uma oportunidade óbvia para Noah Ohio, mas tanto seu controle quanto sua finalização são fracas.

Aos 66 minutos, Michael Reiziger faz uma dupla mudança. Noah Ohio é retirado para a entrada de Thom van Bergen. Million Manhoef assume a posição de ponta pela direita no lugar de Ernest Poku e Antoni Milambo entra para jogar na posição avançada de Luciano Valente no meio de campo. As últimas mudanças de Michael Reiziger também são feitas uma após a outra.

A Dinamarca tira algumas cartas da manga. Cada vez menos riscos são assumidos na construção de jogadas e Anton Gaaei permanece mais recuado. O lateral esquerdo, Elias Jelert chega a deixar o campo. As chances da Dinamarca começam a surgir a partir de lançamentos saindo da defesa, em vez de rápidas jogadas tocando a bola.

Michael Reiziger optou por arriscar na forma como pressionava a Dinamarca. Essa tática tem sido a base de muitas chances, mas a Holanda falha demais nas finalizações. Além disso, os dois gols da Dinamarca começam na zona crítica, atrás da pressão. É por isso que, apesar da grande quantidade de chances, ainda há dúvida sobre o plano de jogo de Michael Reiziger.

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