SELEÇÃO HOLANDESA

Quilindschy Hartman: “Não me considero nada azarado”

Quilindschy Hartman

Ele perdeu a Eurocopa e poderia ter jogado no Chelsea, mas Quilindschy Hartman olha principalmente para os aspectos positivos de sua lesão. O lateral esquerdo do Feyenoord visitou Wimbledon, ouviu os carros de Fórmula 1 passando ao vivo, se sentou ao lado do ringue no UFC e teve a confirmação do que já sabia há muito tempo: “Que sou mentalmente muito forte”.

Breda em vez de Milão

“Eu teria preferido jogar nos dois, para ser honesto, mas, enquanto isso, aceitei que tive que perder as partidas da Liga dos Campeões. Quando o treinador me disse isso, fiquei triste. A Liga dos Campeões era um dos meus objetivos pelos quais estava trabalhando. Fiquei incomodado com isso, mas depois mudei o foco. Eu tive que lidar com decepções maiores nos últimos tempos e o jogo contra o NAC Breda foi muito bom, embora não tenha sido minha melhor atuação” disse Quilindschy Hartman.

Colocar as coisas em perspectiva é uma arte

“Sempre há coisas piores na vida, mas eu sabia disso há muito tempo. Eu tenho todos os tipos de tatuagens no corpo como lembretes, mas as cicatrizes nas minhas pernas servem também como um lembrete de como uma carreira pode ser. Olha, essa é da última lesão, duas pequenas cicatrizes. Hoje em dia, eles têm métodos muito avançados. Por exemplo, depois da minha lesão, ganhei um ligamento extra no joelho. A vantagem de jogar futebol hoje é que antigamente você passava até uma semana no hospital para fazer uma operação no menisco. Minhas cicatrizes representam quem eu sou e o que vivi como jogador. Você nunca sai de uma carreira completamente ileso, embora alguns tenham sofrido mais do que outros” comentou Quilindschy Hartman.

Você nem tinha retornando quando o treinador foi demitido.

“Joguei duas partidas com Brian Priske, mas mesmo assim você acaba criaando um vínculo. Então é uma pena que ele tenha ido embora. Eu enviei uma mensagem para ela e a vida continua. Acho que as coisas estão indo bem agora com uma nova comissão técnica, em termos de treinamentos. Algumas coisas mudaram e há clareza dos nossos objetivos”

Aos 23 anos, você já teve que superar duas graves lesões no joelho. Você não tem sorte?

“Como posso achar que sou azarado se jogo no Feyenoord, um dos maiores clubes da Holanda. Fui campeão com o Feyenoord. Joguei na Liga dos Campeões e chegamos as quartas de final da Liga Europa. Ainda fui convocado para a seleção da Holanda”

Frenkie de Jong afirma que não foi a lesão no tornozelo que causou a dor, mas a incerteza de quando e se ele retornaria aos gramados.

“Posso imaginar isso muito bem. Nós colocamos uma margem grande para a minha reabilitação. Nós colocamos como meta voltar a jogar até doze meses. No total, levou um pouco mais de nove meses. O engreçado é como tudo aconteceu rapidamente. Parece que foi ontem que sofri a lesão contra o FC Utrecht. Eu gostaria de ter feito meu retorno contra o FC Utrecht, isso teria completado o círuclo, mas uma ou duas semanas depois não faz diferença nenhuma depois de nove meses esperando. No geral, acho que posso olhar para trás e ver uma boa reabilitação”

Como você lidou com isso?

“Eu visitei vários especialistas, juntamente com os médicos do Feyenoord. Cada um tinha sua opinião sobre o meu caso. No final, escolhi ir para a Inglaterra, a Clínica Fortius de Andy Williams, um dos melhores especialistas quando se trata de lesões no joelho. É uma clínica muito boa, mas também muito cara. Não precisei pagar, mas vi a conta. Qualidade custa dinheiro. Este médico também ajudou Virgil van Dijk e muitos outros jogadores. Ele é um excelente profissional e me trouxe segurança e confiança de que poderia voltar a jogar como se nada tivesse acontecido com meu joelho”

Atualmente, você sente alguma dor no joelho?

“Não é como se eu pensasse nisso todos os dias ou sentisso algo o tempo todo. Acho que é porque nunca senti dor alguma durante todos esses meses. Somente as duas primeiras semanas foram mais complicadas. Isso faz uma grande diferença”

Você é sempre uma pessão pé no chão?

“Às vezes me perguntam o que aprendi sobre mim durante meu tempo de recuperação. Nada, na verdade. Eu sabia o que esperar, porque já havia liado com uma lesão assim antes. Isso ajudou, porque você não encontrou nenhuma surpresa. Talvez isso também tenha confirmado o que eu já sabia, que sou mentalmente muito forte. Todos os dias eu ia para o treino otimista e com uma energia. Sim, claro que é chato treinar sozinho, na chuva, sem seus companheiros de equipe. Para uma partida da Liga dos Campeões em De Kuip, fiquei sozinho no campo. À distância, era possível ver os holofotes acesos, estava chovendo bastante, estava frio e eu estava ali, longe dos holofotes, com um haltere no pescoço. Não é divertido, mas faz parte do processo. Ao mesmo tempo, havia algo naquela luta solitária”

Você escapou de Roterdã.

“Bem, escapar… Eu apenas tentei tirar o melhor proveito disso e me reabilitar em tantos lugares diferentes quanto possível, como uma distração. Fomos a Dubai, a Marbella, jogamos paddle tennis, até treinamos num zoológico, só para manter a mente ocupada, para sempre escolher um ambiente diferente. Dois treinadores de reabilitação do Feyenoord vieram comigo, Tim e Jan. Eles se complementavam perfeitamente. Jan me ajudou a me tornar explosivo novamente, Tim tem exercícios de estabilidade muito bons. Dessa forma, cobrimos tudo e, no meio tempo, tive espaço para fazer outras coisas. O tempo é a única coisa positiva que posso tirar da minha lesão”

Como foi em Wimbledon?

“Eu estive lá. Foi ótimo. Eu gosto de tênis. Meu favorito de todos os tempos é Roger Federer, mas ele não joga mais. Eu tinha ingressos para Andrei Medvedev contra Jannik Sinner, dois grandes jogadores, mas meus favoritos no momento são Dominic Thiem e Grigor Dimitrov. Gosto de jogadores técnicos. Wimbledon foi uma experiência maravilhosa. Um dos momentos em que não precisei pensar em reabilitação”

Você foi ver uma corrida de Fórmula 1.

“Eu também gosto disso, todo esse circo em volta. Normalmente não posso ir lá”

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